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Dor Nunca é Normal: Entenda os Sinais do Corpo Durante o Sexo


| Wendy Palo | Sou Anunciante

Se tem uma coisa que precisa ficar muito clara: sentir dor durante o sexo não é normal.

Principalmente em uma profissão em que o corpo é ferramenta de trabalho, isso não pode — e não deve — ser naturalizado. O seu corpo fala. E quando ele grita em forma de dor, é porque algo precisa ser olhado com carinho.

Por que sentimos dor durante o sexo?

Existem vários tipos de dor que podem aparecer antes, durante ou depois da relação sexual, e todas elas merecem atenção. Abaixo, separamos os principais sinais e possíveis causas:

1. Dor na penetração (inicial ou profunda)

Se você sente ardência, queimação ou dor logo no início da penetração, isso pode ser sinal de:

  • Falta de lubrificação (que pode estar ligada ao uso de anticoncepcionais, estresse ou excitação insuficiente)

  • Infecções vaginais ou urinárias

  • Vaginismo (contração involuntária dos músculos vaginais)

  • Histórico de abuso, traumas ou ansiedade relacionada ao sexo

Já a dor profunda, mais lá no fundo, pode estar relacionada a:

  • Endometriose

  • Doenças inflamatórias pélvicas

  • Posições que não respeitam a anatomia do seu corpo

2. Dor depois do sexo

Sensação de incômodo, cólicas ou até mesmo ardência pós-relação também são sinais importantes. Isso pode indicar:

  • Irritação na mucosa vaginal ou anal

  • Microlesões por falta de lubrificação ou movimentos muito intensos

  • Infecções ou alergias a preservativos, géis ou produtos íntimos

3. Dor durante o ciclo menstrual

Algumas pessoas relatam aumento da dor ou desconforto durante o período fértil ou na menstruação. Isso pode estar ligado ao ciclo hormonal, mas também pode acender o alerta para:

  • Miomas

  • Endometriose

  • Desequilíbrios hormonais

Dor emocional também é dor

Vale lembrar que nem toda dor é física. Às vezes, o corpo está tentando dizer que há algo emocional em jogo: cansaço, sobrecarga, falta de desejo, sensação de invasão ou até uma desconexão com a própria vontade.

Respeitar seus limites e reconhecer quando o corpo não está confortável é também um ato de autocuidado.

Sexo não deve doer — nunca!

É comum que, por conta de experiências passadas, crenças culturais ou até por pressão do trabalho, muita gente normalize a dor. Acha que é “frescura”, “falta de prática” ou até “coisa da cabeça”.

Mas não. Sexo com dor precisa ser investigado.

E mais do que isso: precisa ser legitimado como algo que merece atenção profissional — ginecológica, urológica, fisioterapêutica e, muitas vezes, terapêutica também.

O que fazer se você sente dor durante o sexo?

  • Não ignore: dor não é normal e não vai embora sozinha

  • Fale com alguém de confiança — se possível, um(a) profissional

  • Marque uma consulta com gineco ou uro que tenha escuta acolhedora

  • Invista em lubrificação e autoconhecimento: seu prazer importa

  • Considere práticas que ajudem no relaxamento corporal e emocional (respiração, meditação, fisioterapia pélvica, entre outras)

Você merece viver o prazer com conforto e respeito

Se o seu trabalho envolve o corpo, cuidar dele não é luxo, é necessidade. Prestar atenção aos sinais, buscar ajuda e se escutar com carinho é parte da sua saúde e da sua dignidade.

Lembre-se: dor nunca é normal. E você não precisa lidar com ela sozinha.