8 de março: autonomia, prazer e sororidade para profissionais do sexo

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, representa a luta por respeito, direitos e a liberdade de viver a sexualidade de forma consciente e sem repressão, especialmente para profissionais do sexo, que buscam autonomia, segurança e autoestima.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, vai muito além de homenagens simbólicas. Essa data é um marco da luta por respeito, direitos e liberdade – incluindo a liberdade de viver a própria sexualidade sem culpa ou repressão. Para profissionais do sexo, essa reflexão se torna ainda mais necessária, pois trata de autonomia, segurança, autoestima e do direito ao prazer.
A sociedade tenta controlar os corpos femininos, ditar o que podemos sentir e como devemos viver nossa sexualidade. Mas a verdade é que a sexualidade, quando vivida com consciência e liberdade, pode ser uma ferramenta poderosa de autoconhecimento e transformação.
Autoconhecimento: seu corpo, seu poder
Saber quem somos e o que queremos é essencial para qualquer mulher – e, para quem trabalha com sexo, isso se torna ainda mais estratégico. O autoconhecimento não envolve apenas compreender os limites do próprio corpo, mas também entender desejos, necessidades emocionais e o impacto da sexualidade na saúde mental.
A neurociência já comprovou que prazer e bem-estar estão conectados: uma mulher que conhece seu corpo e se permite sentir prazer libera hormônios que reduzem o estresse, aumentam a autoestima e melhoram até mesmo o sistema imunológico. Mas para chegar a esse nível de conexão consigo mesma, é preciso escutar o próprio corpo e respeitar seus ritmos.
Uma dica prática: reserve um momento para explorar seu corpo sem pressa, sem a pressão do trabalho ou da performance. Masturbação, dança, massagem… qualquer experiência que te ajude a sentir prazer pode fortalecer sua relação consigo mesma.
Autoestima: você é muito mais do que dizem sobre você
Profissionais do sexo enfrentam um desafio extra quando falamos de autoestima: o estigma social. O julgamento externo pode afetar a forma como você se vê, mas a verdade é que a sua identidade vai muito além da sua profissão.
Construir autoestima passa por se reconhecer como uma mulher completa, que tem valor independente da opinião dos outros. Pergunte-se: como eu me vejo além do meu trabalho? O que me faz sentir bem comigo mesma?
Se cuidar – seja através da aparência, da saúde mental ou de momentos de prazer pessoal – não é futilidade, é um ato de resistência. Criar rituais diários de autocuidado pode fazer toda a diferença para se reconectar com sua essência.
Empoderamento: você no controle da sua história
Empoderamento não é só um conceito bonito – é sobre tomar as rédeas da própria vida. Isso significa estabelecer limites no trabalho, se posicionar de forma firme quando necessário e, acima de tudo, lembrar que você tem direito a segurança e respeito.
Autonomia financeira, por exemplo, é uma das formas mais concretas de empoderamento. Ter clareza sobre suas finanças, planejar o futuro e buscar oportunidades de crescimento profissional são formas práticas de fortalecer sua independência.
Além disso, é fundamental conhecer seus direitos. Existem movimentos que lutam pela regulamentação e proteção de profissionais do sexo, garantindo acesso à saúde, segurança e justiça. Estar informada sobre o que você pode exigir enquanto trabalhadora é um passo essencial para se proteger.
Sororidade: sozinha você pode muito, juntas podemos mais
A competição entre mulheres é uma ferramenta usada há séculos para nos enfraquecer. Mas a realidade é que quando nos apoiamos, nos tornamos muito mais fortes. Ter uma rede de apoio – seja de amigas, colegas de trabalho ou grupos organizados – pode fazer toda a diferença para enfrentar desafios diários.
Criar espaços de escuta e acolhimento entre mulheres que compartilham experiências semelhantes fortalece não só cada uma individualmente, mas toda a comunidade. O diálogo aberto sobre segurança, direitos e bem-estar é um passo essencial para transformar realidades.
8 de março: um brinde à sua liberdade!
Neste Dia Internacional da Mulher, celebre sua força, sua liberdade e sua história. Você é a dona do seu corpo, da sua sexualidade e do seu futuro. E isso, por si só, já é revolucionário.
Wendy Palo
Terapeuta afetivo-sexual